Postado por: Paulo Olin Francês

Título: Resgate
Título original:
Extraction
Data de lançamento:
24 de abril de 2020 (Netflix)
Duração:
1h e 57min
Direção:
Sam Hargrave
Gênero:
Ação, Suspense
Nacionalidade:
Estados Unidos
Sinopse:
O destemido mercenário Tyler Rake (Chris Hemsworth) não tem nada a perder quando é recrutado para resgatar o filho de um chefão do crime internacional. O menino foi sequestrado. O pai está preso. O submundo sinistro dos traficantes de armas e drogas torna a missão quase impossível. Uma coisa, porém, é certa: depois disso, Rake e o menino jamais serão os mesmos.

A nova grande estreia da Netflix é o primeiro projeto fruto da parceria dos irmãos Joe e Antony Russo (Vingadores: Ultimato, Capitão América: Guerra Civil) com o ator Chris Hemsworth (Thor: Ragnarok, MIB: Homens de Preto Internacional) fora da Marvel Studios. Apesar de contar com a surpreendente direção do estreante Sam Hargrave, que até então era conhecido como coordenador de dublês, O Resgate se perde na própria história que quer contar e acaba se tornando uma experiência maçante.

No filme, Tyler Rake (Chris Hemsworth) é um agente que recebe a missão de resgatar e proteger Ovi Mahajan (Rudhraksh Jaiswal), o filho de um poderoso criminoso internacional, na cidade Dhaka. Além disso, precisa lidar com sua instabilidade emocional, devido ao seu passado misterioso e traumático, enquanto é perseguido por todo o território da cidade por causa da sua missão.

De primeira, Resgate se assemelha a praticamente todos os outros filmes ação já feito, onde temos o protagonista quase invencível que possui um passado melancólico, o que contribui para sua postura de “durão” ou também conhecido como badass. No entanto, esse clichê é menor dos problemas do longa, que até funciona devido ao carisma de Chris Hemsworth e a sua atuação (que melhorou consideravelmente nos últimos anos).

A grande decepção do longa fica por conta do roteiro de Joe Russo, que começa estabelecendo seus personagens de maneira até bem-sucedida, mas parece não saber mais que história está contando ou para onde está indo em certos momentos. O que era para ser o embate de dois grupos criminosos rivais acaba se tornando a briga de um agente secreto com as operações especiais do local.

Tudo isso fica mais evidente nos personagens de Golshifteh Farahani e Nico Pimparé, onde a primeira funcionou apenas como um artifício do roteiro e o segundo como um vilão genérico que quase não possui tempo de cena.

Dito isso, talvez o maior erro do roteiro seja a necessidade de transformar algo em um problema quando não deveria existir. O personagem de Randeep Hooda é o maior exemplo disso, que nunca é decidido, na maior parte do longa, se está ou não do lado do protagonista. Portanto, cria embates desnecessários, se baseando na explicação simplista de um “mal-entendido”.

Diante das situações pouco convincentes da trama, resta a Sam Hargrave mostrar suas habilidades para construir as cenas de ação. O diretor demonstra que entende do gênero, mesmo sendo seu primeiro filme, e arrisca um longo plano sequência muito bem coreografado e empolgante, mas acaba exagerando na duração da cena. As cenas de tiroteio mescladas com o embate corpo a corpo são feitas da forma mais orgânica possível e convencem na brutalidade e no impacto visual.

Resgate pode ser uma opção considerável se você busca apenas um filme com uma boa ação, seguindo a linha de filmes com protagonistas imbatíveis e carismáticos, como John Wick por exemplo. Porém, é inegável que inúmeros erros no desenvolvimento do roteiro como a trama bagunçada junto com as situações forçadas podem prejudicar sua experiência, ocasionando numa sensação maçante onde o único resultado é ver cenas de ação.

Nossa nota é: 

Confira ao trailer: