Postado por: Victor Tadeu

Friends é uma série de televisão lançada em setembro de 1994 que até hoje consegue arrancar boas risadas do público. Apostando em aprofundar no cotidiano de seis amigos na famosa Nova York, a história explora diversos assuntos extremamente interessantes e a temática LGBT é um deles.

Não é novidade para ninguém que durante os episódios é possível encontrar várias atitudes e falas preconceituosa ou machistas dos personagens, porém também é necessário ressaltar o contexto social que as gravações ocorreram, uma época que essas pautas existiam, mas não tinham tanta ocupação como na atualidade. E mesmo cometendo erros, a série conseguiu levantar grandes importâncias para a comunidade LGBTQIA+.

Ao se tratar de anos 90, precisamos colocar em mente como as minorias sociais ainda lutam por ocupações, visibilidade, respeito e direitos iguais, só que a televisão persistia em não incluir pessoas marginalizadas em suas programações, isso com medo de perder público e/ou por pura intolerância.

Por mais estranho, ou contraditório, que isso seja, a pouca representatividade LGBT rasamente exposta nos episódios de Friends torna sinônimo de muito por ser nos anos 90, época que a comunidade não tinha o mesmo respeito que aos poucos vem ganhando.

A perseguição por pessoas que fugiam do padrão heteronormativo era muito grande, um exemplo muito forte foi da aclamada Ellen DeGeneres que teve sua série cancelada após assumir publicamente ser lésbica em 1997. O caso ficou ainda mais preocupante quando ela começou receber ameaças de morte o tempo inteiro, incluindo ataque de bomba.

“Quando eu me assumi, eu fui ameaçada de morte e houve uma ameaça de bomba, mas eles erraram o tempo das filmagens. Nós já tínhamos terminado, e graças a Deus”, Ellen contou durante uma entrevista.

Durante a narrativa de Friends conhecemos mulheres lésbicas casando e sendo mães, Chandler revelando que seu “pai” é drag queen e logo após descobrindo que a mesma se descobriu uma mulher trans. Além disso, beijo entre dois homens e duas mulheres aparentemente sem qualquer problema, um imensa inclusão para a época de lançamento.

O relacionamento de mulheres lésbica entre Carol e Susan foi o primeiro exibido na TV, um grande marco, mas, mesmo assim, algumas verdades chatas sobre os bastidores não foram reveladas na época. Porém, independente das garfes, foram alcançados 31,6 milhões de telespectadores na semana, isso com um grande boicote por trás de duas afiliadas da NBC no interior dos Estados Unidos (Ohio e Texas).

Época que Marsha P. Johnson foi encontrada morta dentro do rio Hudson (clique aqui para saber mais), Ellen DeGeneres teve sua série censurada por ataques homofóbicos e a comunidade LGBTQIA+ ainda era vista como doença, Friends torna extremamente importante com sua pouca/muito representatividade.

É válido ressaltar que a série procurou explorar outros assuntos considerados tabus, como os diversos tipos de mães (solteiras, adotivas, barriga de aluguel, lésbicas e afins), também trouxe Phoebe como uma mulher vegana, o trio Rachel, Monica e Phoebe sempre buscando se empoderar com o pouco que tinham e entre vários outros.

Esse é um conteúdo participante do nosso projeto Mês do Orgulho LGBTQIA+ no Desencaixados, sendo patrocinado pela Mufasa Cloud e apoiado pela Associação Atlética União, Igualdade e Força, clique aqui para saber mais.