CRÍTICA – Homem-Formiga e a Vespa
11 jul

CRÍTICA – Homem-Formiga e a Vespa

Filmes

Julia Giarola

Filme: Homem-Formiga e a Vespa
Título original: Ant-Man and the Wasp
Data de lançamento: 5 de julho de 2018
Duração: 1h 58min
Direção: Peyton Reed
Gênero: Ação, Ficção científica, Aventura
Nacionalidade: EUA

Sinopse: Após ter ajudado o Capitão América na batalha contra o Homem de Ferro na Alemanha, Scott Lang é condenado a dois anos de prisão domiciliar, por ter quebrado o Tratado de Sokovia. Diante desta situação, ele foi obrigado a se aposentar temporariamente do posto de super-herói. Restando apenas três dias para o término deste prazo, ele tem um estranho sonho com Janet Van Dyne, que desapareceu 30 anos atrás ao entrar no mundo quântico em um ato de heroísmo. Ao procurar o dr. Hank Pym e sua filha Hope em busca de explicações, Scott é rapidamente cooptado pela dupla para que possa ajudá-los em sua nova missão: construir um túnel quântico, com o objetivo de resgatar Janet de seu limbo.

Comemorando dez anos de sucesso e inegável quebra de barreiras, a Marvel, aparentemente, não tem nada com que se preocupar. Porém, um dos aspectos necessários para permanecer no topo é inovação. A constante busca por conteúdo é essencial para um estúdio que tem tanta visibilidade, diversificando não somente o público, mas também contribuindo para a evolução da sétima arte como um todo. Com reputação impecável, parece que a Marvel está confiante com seus lançamentos, aprovando histórias que nunca seriam aceitas por outros estúdios. Após o grande – e merecido – triunfo de Pantera Negra e direção interessante que tomaram em Vingadores: Guerra InfinitaHomem-Formiga e a Vespa é um passa-tempo divertido que deixa passar problemas óbvios.

Assim como o primeiro filme, Homem-Formiga e a Vespa serve como uma distração do atual clima tenso do universo cinematográfico da Marvel. Se relacionando com os outros filmes, mas não dependendo deles para existir, o novo lançamento trás uma comédia leve que parece não prestar tanta atenção em qualidade e estabilidade, apostando em um roteiro que parece ser a primeira versão de uma história com potencial. A confiança do estúdio em seu sucesso parece afetar a sequência, esta que apresenta um roteiro que merece revisão de componentes da trama e humor presente. Com diversas partes divertidas e interessantes, o filme é instável, tendo piques de qualidade, mas pecando durante as duas horas.

Cruzando uma linha entre a pseudo-ciência – que funcionou tão bem no primeiro filme – e magia, Homem-Formiga e a Vespa não pondera bem seus elementos fantásticos, fazendo o roteiro parecer infantil e pobre. Mesmo apresentando um humor interessante e divertido ao longo do filme, esta disparidade entre ciência e mágica fez o filme perder a sofisticação que tanto caracteriza o universo cinematográfico da Marvel como um todo, deixando de explicar pontos importantes da trama, resolvendo conflitos com um simples toque dos dedos – literalmente.

O filme ainda sim apresenta excelentes momentos de humor, distraindo de alguns dos problemas principais. Os visuais e efeitos práticos dos poderes dos dois protagonistas continuam interessantes, adicionando uma dinâmica às cenas de ação, assim como às cenas de comédia física vinda dos atores. A presença cômica de Paul Rudd auxilia o ritmo que Homem-Formiga e a Vespa tenta explorar. O carisma de Evangeline Lilly e sua química com Michael Douglas ajudam o longa a criar bons relacionamentos, o que beneficia o tema central do enredo.

Sendo difícil separar filmes do ambiente no qual é lançado, Homem-Formiga e a Vespa foi um pouco prejudicado por sua campanha de divulgação já que as melhores – e mais surpreendentes – partes do filme foram entregadas no trailer. Isso não é necessariamente um defeito do longa, mas sim uma reclamação do contexto geral em que estamos vivendo, com a mídia sendo entupida por imagens e vídeos promocionais, tentando vender um produto final satisfatoriamente. Isso, porém, prejudica a experiência de assistir tudo pela primeira vez, já que mesmo evitando ao máximo informações precipitadas, o público engajado sempre será parte desta corrente de propagação.

Com tudo em consideração, Homem-Formiga e a Vespa é sim um filme divertido, mas que peca bastante em diversos momentos em sua história. A falta de atenção, ou até mesmo vontade de explicar elementos criados durante a trama prejudicam a visão geral do longa e tudo que ele quer ser. Em vez de fazer parte integral desta próxima fase do universo da Marvel, esta sequência deixa o peso de mover tudo adiante para uma das cenas pós-créditos, se isolando mais uma vez dos outros filmes, mas sem permanecer forte sozinho como o primeiro filme.

Nossa nota é:

Assista ao trailer:

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