RESENHA: Lázaro – A Maldição dos Mortos
02 ago

RESENHA: Lázaro – A Maldição dos Mortos

Resenhas

Victor Tadeu

Título: Lázaro – A Maldição dos Mortos
Autor: A. Wood
Editora: Selo Jovem
Gênero: Aventura/Terror
Número de páginas: 212
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Sinopse: Avenida Paulista – 18h00min

Três carretas.

De dentro delas, mortos-vivos são liberados, espalhando o caos pela cidade de São Paulo. Do dia para a noite, a sociedade tem suas estruturas abaladas e entra em colapso. Ao mesmo tempo, Luca, seu tio e amigos tentam a todo custo escapar do pesadelo. Mas sair da cidade não é o fim, e sim apenas o começo da era dos mortos-vivos. De onde eles vêm? Será que a maior cidade da América Latina resistirá?

Do autor de “Graham – O Continente Lemúria”, “Lázaro – A Maldição dos Mortos” tem um ritmo frenético que prende o leitor da primeira à última página.

Como qualquer outro dia da sua vida, Luca estava trabalhando em um escritório localizado na Avenida Paulista, SP. Ele trabalhava em um prédio, na qual, conseguia ter uma visão ampla de uma das avenidas mais conhecida do Brasil, porém essa mesma visão foi que lhe avisou do caos que estava tornando a cidade. Quase no fim do seu expediente, ele aparece na janela do seu escritório observando um transtorno incomum na Avenida Paulista, porém começa ficar assustando quando depara pessoas aparentemente de outra época atacando quem passava por ali.

De imediato o garoto fica sem entender o que estava acontecendo, por isso decide tomar decisões prováveis, tenta ir direto para sua casa, onde mora com Tio Bernardo. Durante o caminho para ir embora, ele encontra Pietro, um colega de trabalho que também estava totalmente assustado com todo o caos que São Paulo estava virando. Juntos eles começam encontrar caminhos para chegar em seus lares e encontrar seus famílias, mesmo com muita dificuldade de transporte.

Conseguindo deixar qualquer obstáculo para trás os amigos conseguem chegar até a casa de Luca, e por sorte o ex-militar, tio do menino, já estava acompanhando os noticiários e ficando atento com o desastre aparentemente propositais causado nas localidades mais próximas. Por um lado, Pietro vai embora em busca da família, por outro, Luca toma um banho tentando recuperar todo o fôlego e energia gastada durante o caminho feito recheado de desespero.

A pandemia não parava sequer um minuto, as programações das emissoras tiveram foco somente para os desastres, porém o tio de Luca sabia que a situação só iria piorar e decide ir embora de São Paulo o mais rápido possível, assim, tentando priorizar a vida só sobrinho. A ideia era ir para Minas Gerais em um local afastado de qualquer movimentação urbana, mas inúmeros fatores acabam conspirando para que eles falhem nessa jornada, na qual, ambos estão certos que irão lutar de todas as formas possíveis para manter vivos.

“A morte fazia a farra. Pairava pelo local sem saber quem levar primeiro, tão grande era o número de almas que deixavam seus corpos naquele momento obscuro. (página 20)”

Lázaro – A Maldição dos Mortos, de A. Wood foi publicado em 2017 pela Selo Jovem e conta a história de uma cidade brasileira entrando em um caos apocalíptico. Recebemos o livro em uma parceria com o autor devido ao nosso evento focado nos LGBTQ+ que foi suspendido por motivos técnicos e de saúde. Esse é o primeiro livro do autor resenhado no site, para saber mais continue lendo.

Histórias apocalíptica ou pós-apocalíptica que envolvem pandemia, principalmente zumbis, devem ser desenvolvida de forma totalmente cuidadora. Isso acontece devido ao grande número de títulos literário ou cinematográfico que já existem de histórias semelhantes, assim limitando muito a imaginação de muitos produtores e escritores. Porém, esse não é o caso de Lázaro – A Maldição dos Mortos, o autor fez um trabalho excelente com todo o caos que conseguiu criar em São Paulo e outras cidades muito bem conhecidas dentro e fora do país.

Os zumbis criados por A. Wood são totalmente diferentes dos que você tem costume de conhecer em histórias da mesma segmentação, o autor faz até algumas referências dentro da obra, The Walkind Dead é uma dela, mas a igualdade dos seus seres mortos-vivos está longe de ser semelhantes. Nessa história iremos conhecer zumbis inovadores, que desenvolve o estado de calamidade de forma muito bem divergente de vários outros filmes e qualquer título que segue o mesmo gênero, assim colaborando para uma originalidade incrível.

O desenvolvimento da situação apocalíptica é muito bem trabalhada, inicialmente os protagonistas não sabem o que está acontecendo, não sabem como nomear as criaturas que correm e vagam pelas ruas em busca de carne viva e também muitos personagens secundários e terciários não fazem noção de como reagir naquela situação. Outro fator relevante de Lázaro – A Maldição dos Mortos é que existem capítulos que não focam somente nos protagonistas, assim, narrando como anda a situação longe deles o que expande a nossa visão diante da pandemia.

A história em si tem um desenvolvimento muito instigante, a situação que o cenário se encontra já é um grande elemento curioso da obra, por outro lado, a jornada que Luca e seu tio enfrentam torna o enredo ainda mais chamativo. Durante a leitura os leitores irão conhecer outros protagonistas muito fluentes dentro da trama, eles carregam sua essência e prioridades, o que dá um impulso muito grande na leitura e colabora para uma engrenagem muito desesperado para saber o final, assim, tornando todo a história ainda mais viciante.

“Não tinha ideia de onde iriam, mas precisava ser rápido, afinal, o mundo lá fora não teria piedade de ninguém a partir daquele dia. (página 47)”

Homossexualidade é um assunto indiretamente tratado em Lázaro – A Maldição dos Mortos, e acreditamos ser totalmente relevante abordar em nossa resenha. A forma que A. Wood tratou os seus personagens da comunidade LGBTQ+ é muito natural e provavelmente extremamente agradável para qualquer leitor. As pessoas que são homossexuais na história não carrega nenhuma divergência física, de aptidão ou, até mesmo, sentimental dos outros personagens heterossexuais, em nenhum momento Wood fica repetindo que eles são “diferentes”, ou seja, é muito natural e a personalidade deles não são somente o fato de serem homossexuais. De forma resumida: ele arrasou na representatividade.

Apesar de Wood ter desenvolvido uma história muito bem trabalhada em pesquisas, referências e representatividade, ele consegue cometer uma pequena garfe no amadurecimento de seus personagens. Desde já quero deixar avisado que os protagonistas diante de uma situação jamais em fretada amadurecem sim, porém esse amadurecimento podia ter mais clareza e destaque ao passar dos capítulos. Sentimentos a falta de uma abordagem maior nesse quesito, mas isso não acarreta na trama e na eficiência do escritor.

Por outro lado, o autor consegue cativar o leitor desde o início da história, já que começamos lendo com os ataques na Avenida Paulista. Acreditamos ser inevitável os leitores não sentirem a engrenagem e o gás que a escrita de A. Wood traz desde as primeiras páginas, isso acontece devido a cena que é narrada e a forma que o escritor conseguiu balancear as descrições curtas e as estendidas. Durante toda a história esse equilíbrio é feito e a leitura acaba não tornando enjoativa ou cansativa.

O trabalho editorial da Selo Jovem é muito agradável aos leitores, a material de capa com uma textura razoavelmente áspera é muito colaborativo com o desenvolvimento da capa grotesca, que, além disso, também faz jus à história. A diagramação está muito boa, a fonte é confortável aos olhos, o espaçamento é agradável e tudo colabora para uma leitura prazerosa. Acreditamos que outra edição pode ser publicada, já que algumas palavras foram digitas erradas nessa que recebemos, porém, não atrapalha a leitura em nenhum momento.

Lázaro – A Maldição dos Mortos é um livro sobre uma cidade enfrentando uma pandemia perigosa, mas também envolve outras questões que os leitores irão descobrir lendo a obra. Durante a leitura reflexões extremamente curiosas e válidas são feitas, assim trazendo uma mensagem muito interessante e aceitável na conclusão da leitura. O livro ainda está sendo vendido e você pode adquirir um exemplar acessando o link na ficha dessa resenha.

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