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Coluna

A realidade de Bom Dia, Verônica

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Bom Dia, Verônica é um livro escrito por dois autores nacionais, Raphael Montes e Ilana Casoy, lançado pela DarkSide Books que desde sempre intrigou e chamou a atenção do público. No início, quem assinava a obra literária era Andrea Killmore, um pseudônimo com nome unissex e que jurava não poder revelar sua identidade, inclusive ressaltava que seus advogados entrou em contato com a empresa editorial, pois necessitava de sigilo para não comprometer a sua vida. Após anos isso foi desmentido, mas ainda assim circulam grandes dúvidas sobre as inspirações da história, principalmente agora que ela ganhou uma adaptação em série pela Netflix.

Raphael Montes e Ilana Casoy no set de gravações da série – (Reprodução/Internet)

Para uma história intensa, cheia segredos e com casos completamente complicados, é de se esperar que os autores sejam questionado sobre a origem de Bom Dia, Verônica. É muito comum Raphael Montes publicar em suas redes sociais essa indagação dos seus fãs, e apesar de sempre deixar a resposta aberta, é nítido que a narrativa é real.

Apesar de não ser um enredo baseado em história real, Bom Dia, Verônica — seja o livro ou a série — traz uma realidade brasileira que precisa ser combatida com bastante precisão. Ao conhecermos a escrivã Verônica Torres, escrivã e protagonista, criamos uma grande esperança que existem várias outras mulheres dentro de departamentos policiais buscando fazer justiça para mulheres. Por outro lado, não podemos esquecer dos grandes vilões sociais, como o Delegado Wilson Carvana, que prefere engavetar casos de violência doméstica, feminicídios e qualquer outro que aos seus olhos e sua realidade possa ser banal.

A realidade da história também é nítida quando conhecemos Janete, uma mulher que sofre violência doméstica, de abuso psicológico a físico, refletindo nas 1.890 mulheres que foram mortas de forma violenta no primeiro semestre de 2020. Há anos existem movimentos que lutam pelo fim dessa verdade, ensinando as vítimas se defenderem e buscarem ajudas, mas isso complica quando os responsáveis pela segurança pública não colaboram. Violência doméstica é crime, ela pode ser um grande gancho para o feminicídio.

Janete (Camila Morgado) – (Reprodução/Netflix)

Por outro lado, também conhecemos as vítimas de golpes em sites de relacionamento. Apesar de ser um assunto que se aparenta muito antigo, pois se usava muito essas plataformas on-line no início do acesso a internet, ele é real e hoje (22/10) existe um suspeito foragido no Brasil por ter dado golpe em mais de 100 mulheres que conquistou na web, você pode se informar do caso clicando aqui.

Ambos os casos que Verônica Torres tenta solucionar em Bom Dia, Verônica são reais e precisam ser de mais atenção. Apesar de toda a trama tensa e interessante proporcionada pela obra, é necessário falar sobre a violência doméstica, sobre o feminicídio, sobre a incoerência da segurança pública em determinadas situações, sobre agressores, sobre vítimas e sobre vidas.

Caso conheça alguém em situação semelhante de Janete ou de outras vítimas exemplificadas em Bom Dia, Verônica, denuncie o agressor para o 180.

Assista ao trailer da série:

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