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Crítica

Crítica: Na Hora Certa

Comédia romântica da Netflix tem ideia interessante, mas peca no desenvolvimento

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A Netflix é um abridor de portas para muitas produções internacionais que fogem de Hollywood, da mesma forma como a empresa possibilitou que excelentes títulos brasileiros fossem exibidos mundialmente, ela também apresentou um filme queniano para seus assinantes. Na Hora Certa (Just in Time), foi lançado no dia 12 de março de 2021 na plataforma de streaming, e é o primeiro longa-metragem do país africano a ser lançado fora da África.

Dirigido, escrito e co-produzido pela nigeriana  Dolapo Adeleke (Plan B), o filme gira em torno de Muthoni lidando com sua atual realidade. Após trabalhar 7 anos em uma livraria renomada, ela é notificada que o estabelecimento precisa fechar para a construção de um SPA. Sem saber o que fazer, já que trabalhar fora do local nunca foi uma possibilidade, ela recebe a oportunidade de cuidar da sobrinha de 11 anos, na qual nunca teve tanta intimidade.

Na Hora Certa, 2021 (Reprodução/Netflix)

O longa-metragem se propõe a narrar uma comédia romântica que se instala em dramas pessoais de todos os personagens que compõem as cenas; o que pode ter sido o maior erro da produção. Por ser um filme curto — apenas 1h e 31m —, não existe tempo o suficiente para o roteiro integrar o público dentro do enredo sofrido de cada personalidade da história, consequentemente tornando tudo rápido e pouco aprofundado.

Um grande exemplo da pressa que Na Hora Certa tem para narrar a história, é a personalidade da protagonista Mothuni.  A personagem é vivida pela premiada Sarah Hassan e que pode ser taxada como chata facilmente por telespectadores que não se conectarem com a realidade dela. O mesmo problema serve para todos os outros, mas alguns conseguem se justificar; o que empobrece um pouco o roteiro.




Um detalhe que chama bastante a atenção, é que o o enredo se propõe a apresentar problemas reais e atuais, como a crise no mercado editorial ou livreiro, a importância da independência da mulher, a xenofobia, a forma como países estrangeiros se deliciam de grandes talentos de territórios com poucas oportunidade e entre outros.

Na Hora Certa, 2021 (Reprodução/Netflix)

De longe, a Sarah Hassan entrega a melhor atuação do filme, os outros atores demonstram não ter muita intimidade com as câmeras. No elenco também acompanhamos Mawuli Gavor, Stycue Waweru e Pierra Makena, que conseguem satisfazer, mas que em determinamos momentos se intimidam e regessem na atuação.

Apesar de todas essas ressalvas sobre o longa-metragem, podem existir pessoas que vão se deliciar com a história caso não tenha nada para fazer. Ela é narrada, gravada e produzida de maneira muito simples e, aparentemente, com poucos recursos que possibilitam uma otimização nas cenas, porém, é com essa simplicidade mesclada com os dramas, que o público pode se encantar.




Na Hora Certa é um filme que se empenha em entregar uma mensagem bastante delicada e sensível sobre novas oportunidades e possibilidades no momento certo de nossas vidas, porém, peca em distribuir sua atenção e não ter foco em somente uma problemática.

Clique aqui para saber mais sobre Na Hora Certa.

Assista ao trailer:


Título: Na Hora Certa
Título original: Just in Time
Data de lançamento: 12/03/2021 (Netflix)
Diretora: Dolapo Adeleke
Gênero: Drama/Comédia
Nacionalidade: Africana

Sinopse: A livraria que ela trabalhava fechou as portas. Como se não bastasse, vai ter que tomar conta da filha da prima, uma garota de 11 anos.

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