RESENHA: Lady Killer
31 jul

RESENHA: Lady Killer

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Victor Tadeu

Título: Lady Killer
Criação: Joëlle Jones e Jamie S. Rich
Editora: DarkSide Books
Gênero: Graphic Novel
Número de páginas: 144
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Sinopse: Josie Schuller é uma esposa dedicada, uma mãe amorosa e… uma assassina de aluguel. Ela é capaz de equilibrar os deveres de uma típica dona de casa norte-americana dos anos 1960 com uma porção de assassinatos a sangue-frio, até que um pequeno deslize faz com que seu chefe ameace aposentá-la de vez.
Lady Killer mescla ação, morbidez, sangue e humor, e seus diálogos ironizam muito do que se pensava sobre as mulheres na época, dentro e fora de casa. Ninguém faz ideia de que Josie leva uma vida dupla: seus vizinhos acham que ela é um doce de pessoa. E, bem, ela é. Exceto quando está em uma missão. O Sonho Americano de Josie e sua família está em perigo, mas será que isso é um problema tão grande assim?

Após o grande sucesso com Lady Killers: Assassinas em Série, a DarkSide Books demonstra interesse em trazer mais mulheres perigosas para dentro do mercado editorial brasileiro, isso é bastante refletido em Lady Killer, uma graphic novel recentemente lançada pela empresa.

Josie Schuller é uma mulher bastante prendada como qualquer outra residente nos anos 60. Ela está sempre buscando tratar dos afazeres domiciliar e ao mesmo tempo cuidar de diversas outras questões, incluindo um trabalho secreto que esconde com setes chaves, automaticamente ocultando essa personalidade de tudo e todos.

A aparente dócil e educada esposa, também trabalha de forma fria como assassina de aluguel, seu potencial vai muito além da dedução realizada por homens; ela consegue equilibrar suas duas máscaras e ainda limpar todo estrago feito pelo serviço. Porém, com muito sucesso nas missões sua família corre perigo e Josie precisará utilizar seus dotes de mãe e sanguinária para resolver a situação.

Lady Killer é uma graphic novel desenvolvia por Joëlle Jones e Jamie S. Rich, sua primeira edição está sendo lançada no Brasil pela DarkSide Books e apresenta uma história bastante humorada, mas, ao mesmo tempo, repleta de sangue e corpos mortos.

Há algumas décadas mulheres eram utilizadas como meros objetos; sejam eles sexuais, domésticos ou qualquer outro que diminuísse-a e/ou colocasse-a submissa ao homem. Porém, atualmente, com movimentos sociais pró liberdade e igualdade, elas conseguiram conquistar espaços admiráveis e satisfatórios. E visando a pressão presente no antigo padrão do sexo feminino, Lady Killer consegue explorar assuntos da época de forma “sutil” e funcional, principalmente por trazer alusões para história.

Durante as páginas Josie Schuller é bastante destacada, não só pelo protagonismo, a forma como Joëlle trouxe referências da década de 60 para a personagem é bastante notável, principalmente seu figurino, preocupação em deixar toda residência extremamente aconchegante e fazer o “papel” de mãe. Mas, a protagonista acaba se destacando ao demonstrar o lado poderoso da mulher — tão quanto ao do homem — e brincar com seus “dotes naturais” fielmente pregados e acreditados na época narrada, isso eleva o enredo de forma prazerosamente inteligente e sarcástica.

O fanatismo por acompanhar histórias de assassinatos foi, provavelmente ainda seja, bastante presente nos desejos dos norte-americanos, só que muitos esquecem das mulheres vibrantes e aterrorizantes que também fazem parte desse grupo perigoso e bastante disfarçado. Por isso, explorar essa história fictícia, dividindo a assassina de aluguel em personalidades totalmente diferentes, deixa todo cenário interessante e fatal, o roteiro em partes previsíveis acaba deixando Lady Killer divertido, e não impactante.

Joëlle Jones e Jamie S. Rich realizaram um trabalho bastante agradável com essa graphic novel, ambos conseguiram desenvolver um roteiro aconchegante, inteligente e satirizada, mas existem momentos que eles são previsíveis, beirando ao clichê. A arte realizada por Joelle Jones é pensada em todos os detalhes, a paleta de cores se destaca bastante e durante a leitura é muito prazeroso acompanhar a série de quadrinhos ilustrado, o trabalho de ilustração dela é muito louvável.

Como de se esperar a DarkSide Books conseguiu desenvolver uma edição hipnotizante para o seu catálogo, principalmente ao explorar cores vibrantes na capa desta obra, cores essas não presentes em outras edições da graphic novel. Além desse cuidado visual, a tradução realizada por Raquel Moritz levanta um humor atual e abrasileirado para a história, ela consegue ser responsável o suficiente para não perder a essência das falas originais.

Lady Killer é uma história necessária para os amantes de mulheres assassinas, principalmente para os leitores que amam acompanhar donas de casa apresentando seu lado cruel. Esta é uma graphic novel que a DarkSide Books precisa trazer as outras edições, principalmente por explorar uma narrativa divertida, mas repleta de mortes.

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