CRÍTICA: Big Mouth – 1ª Temporada
04 out

CRÍTICA: Big Mouth – 1ª Temporada

Séries

Julia Giarola


Série:
Big Mouth
Título original: Big Mouth
Ano de lançamento: 2017
Duração: 10 episódios
Criador: Nick Kroll, Mark Levin, Jennifer Flackett
Gênero: Comédia , Animação
Nacionalidade: EUA

Sinopse: Ainda bem que Nick  e Andrew Goldberg são melhores amigos. Juntos, eles enfrentam a difícil fase da puberdade e ainda encontram muita diversão pelo caminho enquanto enfrentam os desafios que todo adolescente precisa enfrentar.

Após o fiasco de Festa da Salsicha (2016), as dúvidas cresceram a respeito de animações que abordam temas mais adultos, principalmente a sexualidade. Com certeza estes são projetos ambiciosos destinados a darem errado, porém temos que agradecer às mentes ousadas que experimentam com gêneros até encontrarem a combinação perfeita: qualidade, originalidade e inovação. Hoje, com o grande foco nos conteúdos da televisão e principalmente das plataformas streaming, a Netflix mostra mais uma vez porque é a número um, lançando uma série que não sabíamos que precisamos até assisti-la.

Com a maioria de seus personagens na adolescência, Big Mouth resolve explorar os assuntos da puberdade (apresentando o Monstro dos Hormônios como personagem central) que a muitos julgam inapropriados. Porém, essa série mostra o quanto é importante iniciar uma discussão sobre o tópico, abrindo espaço para um diálogo saudável a respeito do tema tão delicado. Esta animação definitivamente não é para crianças, mas é incrivelmente amigável à todos que já passaram ou estão passando pela adolescência, simpatizando as batalhas dessa época tão difícil ao familiarizar as adversidades encontrados por todos, por mais diversos esses sejam. O problema da maioria das comédias que tentam ser “politicamente incorretas” é que focam apenas em assuntos como sexo trazendo assim certa imaturidade à temática. O diferencial desta animação é que, além do sexo, também aproveita a classificação indicativa para explorar temas mais obscuros como casamento, traição, raça e homossexualidade.

Com uma equipe criativa incrível por trás da série, Big Mouth apresenta uma comédia surpreendentemente inteligente, mesmo lidando com as “burrices” da adolescência. Com muitos comediantes que começaram em Saturday Night Live colaborando com a criação e com as vozes, o humor desta nova animação da Netflix consegue semelhar bem ao do famoso programa de comédia dos EUA. Juntando o sarcasmo e o óbvio, acrescentando a paródia e a sátira temos 10 episódios recheados de piadas hilárias que ao mesmo tempo divertem e fazem protestos sociais.

Para uma série irreverente que parece não se preocupar muito com a plausibilidade das situações, Big Mouth apresenta uma ótima estrutura, fazendo com que a audiência realmente se importe com os personagens o que gera uma possível maratona direta de todos os 10 episódios (sem pausa). Voltando ao aspecto dos temas mais obscuros, são esses que quebram um pouco a comédia besteirol, e começa a refletir muito bem na realidade. Com tópicos tais como amizade, relacionamentos e até mesmo a própria puberdade, esta elevam o nível, deixando de ser apenas “besteiras” engraçadas, mas um real comentário sobre o que faz de nós tão parecidos.

Ao resolver tratar de assuntos como masturbação e sexo, a animação realmente não teve medo de realmente explorar o acontecimento, nem até mesmo em mostrá-los. Com isso, Big Mouth abrange as dificuldades da vida como um todo, incluindo também a constrangedora fase da adolescência. O alívio de ver que todos passam por essa época com muita dor e sofrimento, faz com que a série seja extremamente familiar, e por isso extremamente engraçada. O elenco que empresta suas vozes, contribuem perfeitamente com os diálogos hilários e sagazes, resultando em série animada que deve ser assistida. Mas vale o aviso: Big Mouth não é para aqueles que se ofendem fácil!

OBS.: Netflix, por favor renove a série…

Nossa nota é:

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