13 Reasons Why
03 abr

13 Reasons Why

Séries

Victor Tadeu

Clay (Dylan Minnette) encontra uma caixa de sapatos na porta de sua casa após voltar da escola. Dentro da caixa havia 13 fitas e cada uma delas estavam enumeradas, mas o que ele não estava esperando era que aquelas fitas foram gravadas por Hannah Baker (Katheriine Langford), sua amiga e paixão platônica que cometeu suicídio poucos dias atrás. Movido pela curiosidade ele começa ouvir a primeira fita e descobre que cada um dela era um motivo que levou sua amiga falecida ao suicídio. As 13 principais pessoas conviviam no mesmo ambiente, estudavam e trabalhavam no mesmo local e o pior de tudo, escondiam segredos de si mesmas.

Durante a série iremos acompanhar Clay Jensen escutando as fitas e tentando lidar com tudo que estava sendo revelado. Além disso, vamos aprender como o Ensino Médio pode ser difícil para algumas pessoas, como um pequeno ato pode atrapalhar a vida social de alguém e como saber reconhecer nossos erros.

A série foi baseada no livro Os 13 Porquês do autor Jay Asher e produzida pela cantora Selena Gomez e pelo ganhador do Oscar Tom McCarthy. A Netflix publicou a série e creio que seja uma das melhores séries que eles deram oportunidade, pois 13 Reasons Why não trata apenas de um adolescente levando a vida depois de sua amiga ter cometido suicídio, ela vai além disso.

O bullying é o alvo central da série, mas consequentemente ela também trata de outros assuntos, como: agressão sexual, abuso sexual, agressão psicológica, homofobia, uso de drogas e afins. São temas que qualquer pessoa conhece e tem o mínimo de conhecimento, pois mesmo que a história seja baseada em um estilo social diferente do Brasil, são assuntos que predominam em diversos lugares do mundo.

A forma que os produtores souberam colocar a diversidade na série, foi incrível. É bem comum encontramos série norte-americana com padrões extremamente incomodativo, principalmente os esteriótipos que são adicionados a esses personagens. Em 13 Reasons Why o padrão e o esteriótipo são descartados e a diversidade é destacada, pois temos personagens negros que não sofrem nenhum tipo de discriminação durante a história, temos personagens negros com um grande cargo na escola que Hannah e Clay estudam, muito pelo contrário, pois temos o costume de encontrar nas séries negros fazendo papel de tolo, sofrido e dependente. Não só os negros, mas também alguns personagens são da comunidade LGBT teve seu destaque, uns sofrem por isso e outros não, o que estimula muito a diferença entre as pessoas, nem todos sofrem pela opressão da sociedade e esse é um fato que devemos abrir nossos olhos e ficar mais atentos aos que são da comunidade LGBT e não tem coragem de se abrirem e, além disso, sofre pela opressão, pois essa situação que leva muitos ao suicídio. A diversidade cultural também é bem retratada quando personagens apresentam características de outro país e cultura. Ou seja, é uma série rica em crítica social e representatividade.

A história é dividida entre a gravação de Hannah e a reação de Clay, o tempo todo há flashbacks que ajuda o telespectador entender melhor o que houve e o que está havendo. A explicação fica mais clara para quem não leu o livro, e para aqueles que já leram fica tudo mais amplo, pois eles conseguem ter acesso ao que houve antes das fitas serem gravadas. O legal disso tudo é que não conseguimos ficar perdidos em relação ao tempo que está sendo narrado, pois o filtro que usam para o passado e para o presente são diferentes e ajudam muito.

Apesar de a filmagem ser ótima, em alguns momentos eu fiquei incomodado, principalmente quando se tratava de socos, tapas e resultados de agressões. Eu — opinião particular —, achei que as agressões feitas poderiam ser mais trabalhadas, dava para perceber que eram combinados os tapas, os socos e tudo mais. Além disso, a maquiagem que usaram para transmitir a forma que os personagens fica após a briga é muito fake, eu fiquei muito incomodado com a maquiagem que usam no Alex e no Clay. São detalhes que poderiam ter sido melhorados, nada muito grave.

Os personagens da série são maravilhosos, achei muito bacana o trabalho deles, alguns são novos e outros são bem conhecidos, mas a forma que eles conseguiram entrar no personagem é extremamente profissional. Principalmente a mãe da Hannah, o visual dela é de mãe sofrida em busca de resposta, o olhar dela é fundo e a gente consegue entender que ela ainda sofre e está incomodada por não saber o motivo que levou a sua filha ao suicídio. Tem uma cena que ela chega em casa e encontra Hannah morta na banheira e a forma que ela atuou naquela cena foi de cortar o coração, eu me coloquei no lugar dela e achei essa cena uma das mais triste de qualquer série que já assisti.

O bom de assistir série é você saber o essencial e se surpreender com o resto, por isso eu não vou ficar prolongando a minha experiência com 13 Reasons Why. Vou tentar escrever outras matérias sobre a adaptação para aqueles que já assistiram, pois vou poder explicar melhor tudo que senti durante a minha maratona, vou explicar porque você não deve fazer maratona da série, vou te passar motivos para assistir a série e se espelhar em alguns personagens, enfim, vai ter mais matérias sobre 13 Reasons Why.

Para concluir com chave de ouro e sem spoiler, eu recomendo a série para você que já foi vítima de bullying e também para você que já cometeu bullying. Mas também não posso deixar de recomendar para familiares e escolas, pois o foco de bullying é em escolas, onde tem uma miserável coordenação para controlar esse ato ridículo, e o único ponto de fuga que as vítimas conseguem ter, é descontar em pessoas que vivem ao seu redor, principalmente em familiares. Então, você, pai e mãe, irmã e irmão, tia e tio, fiquem atentos com as pessoas que vivem ao seu redor, assistam 13 Reasons Why e saiba como evitar um suicídio, saiba como conversar pode mudar muita coisa e aprenda uma das mensagens da série, aprenda a não julgar pelo pouco que você sabe, pesquise mais e vá atrás daqueles que podem complementar suas informações, abra seu coração e seja mais atencioso.

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