CRÍTICA – Viva – A Vida é uma Festa
07 jan

CRÍTICA – Viva – A Vida é uma Festa

Filmes

Julia Giarola

Filme: Viva – A Vida é uma Festa
Título original: Coco
Data de lançamento: 4 de janeiro de 2018
Duração: 1h 45min
Direção: Lee Unkrich, Adrian Molina
Gênero: Animação, Aventura, Fantasia
Nacionalidade: EUA

Sinopse: Miguel é um menino de 12 anos que quer muito ser um músico famoso, mas ele precisa lidar com sua família que desaprova seu sonho. Determinado a virar o jogo, ele acaba desencadeando uma série de eventos ligados a um mistério de 100 anos. A aventura, com inspiração no feriado mexicano do Dia dos Mortos, acaba gerando uma extraordinária reunião familiar.

Não é segredo que a Pixar é responsável por várias das melhores animações desde o lançamento de Toy Story em 1995. Com sucesso tais como Monstros S.A. (2001) e Os Incríveis (2004) a marca se tornou certeza de qualidade graças aos projetos ambiciosos e “para todas as idades”, quase sempre fazendo boa parte da audiência chorar. Enquanto muitos acreditam na fórmula secreta do sucesso, alguns também suportam a ideia que nos últimos anos os filmes lançados pelo estúdio vêm focando neste aspecto emocional e deixando de lado a história. Agora com mais uma tentativa ousada, o novo lançamento da famosa facção da Disney traz um conto mágico e elegante sobre família, sacrifício e arte.

Tomando a enorme responsabilidade de representar um país com a sensibilidade necessária, Viva – A Vida é uma Festa faz o impossível: celebra uma cultura sem apropriá-la. Apoiando a história sobre um pesado teor cultural, o filme faz a audiência respeitar e conhecer as crenças do México mesmo não as compartilhando. No atual clima político, principalmente dos EUA, esse aspecto é muito importante mostrando a beleza das diferenças entre as diversas culturas sem forçá-las ao público. Apesar dessas diferenças a mensagem do filme é muito familiar, estabelecendo a verdadeira dificuldade de balancear família e os sacrifícios necessários para se tornar um artista.

Mesmo explorando uma história sofisticada sobre família e as reais dificuldades de ser um artista, o filme consegue construir lentamente e muito bem a trama permitindo que todos os personagens tivessem seus arcos emocionais. Dando destaque especial ao sacrifício, Viva – A Vida é uma Festa não recua das temáticas mais maduras quebrando a romantização de Hollywood sobre a vida de artista. Em vez disso a nova animação da Pixar traz um conto emocionante sobre conexão, sonhos e o poder das lembranças, além de ressaltar o lada mais sombrio da fama.

Como é de se esperar a animação é simplesmente impecável, mostrando o incansável esforço do estúdio de sempre melhorar suas técnicas. A atenção aos detalhes na construção do “mundo dos mortos” é algo maravilhoso de se ver, mostrando uma consistência que apoia toda a história do filme. A música serve o propósito do filme, mesmo não sendo sensacional, porém tudo se resume ao que o longa estabelece desde o começo com um enredo honesto e emocionante que todos nós podemos nos relacionar. E essa é a beleza da Pixar!

Nossa nota é:

Assista ao trailer:

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