5 motivos para ler Esther Lya
Esther Lya, escritora dos livros A Marcha dos Javalis e É Proibido Sorrir, é uma autora revolucionária na literatura nacional. Infelizmente a Esther não tem o reconhecimento que merece, e muitas das vezes as pessoas julgam suas obras pela capa, que por sinal são simples revelando apenas a essência da história. Nós do Desencaixados a consideramos uma autora de destaque e por isso estamos escrevendo essa matéria de apresentação para vocês. Com base em nossas experiências com as obras da autora, iremos citar 5 motivos para vocês fazerem a leitura dos livros de Esther Lya.
1- Romantizar um caos é certo?
Hoje em dia muitos autores optam por escreverem histórias em cenários distópicos, assim proporcionando uma obra bacana e “inovadora”. O problema de muitas distopias, é que os autores não focam no problema gerado pela sociedade — sociedade da história —, muito pelo contrário, o grande foco das grandes distopias são os romances, os triângulos amorosos e outros fatores bem comuns em distopias. Eu não estou dizendo que esses fatores são errados, muito pelo contrário, eles complementam a história, abrindo caminhos para um final imprevisto — ou não —, deixando o leitor vidrado e apaixonado pela obra.
Ao contrário de vários autores, Esther Lya não foca no romance da história, na minha opinião ela não romantiza o caos que o cenário é apresentado, muito pelo contrário. A autora procura proporcionar história do atual cenário brasileiro, com uma maravilhosa distopia, assim ensinando muitas pessoas ignorantes ao assunto. Romance, drama, aventura e outros gêneros, não são descartados pela autora, em seus livros têm romance, tem drama e tudo mais, mas é como eu disse, ela não romantiza tudo, pois procura focar no problema geral da história, assim compartilhando uma experiência maravilhosa para os leitores.
2- Realidade ou distopia?
Como dito no tópico acima, Esther Lya não tem o costume de criar mundos e romances para amenizar o problema ali causado, muito pelo contrário, a autora tem o hábito de focar no real e no atual. Como no livro A Marcha dos Javalis, ela retrata a ditadura — se não me engano a ditadura na Alemanha, o nazismo — na história tem personagens que são semelhantes aos manifestantes, alguns como os militares e outros que preferiam ficar calados por medo; Em É Proibido Sorrir ela retrata a luta das mulheres pelos direitos iguais, principalmente no passado, quando as mulheres não tinha direito de nada e era submissas aos homens.
Mesmo parecendo assuntos passados e já resolvidos, não são, o cenário atual do Brasil é esse, alguns indiretamente e ocultos e outros bem nítidos de serem visualizados. Está ai mais um motivo para você fazer a leitura dos livros de Esther, são livros com conteúdo e representatividade.
3- Uma ajuda aos ignorantes sobre o assunto
Colocar o cenário caótico e complicado dentro da história é uma especialidade da autora, qualquer autor pode fazer isso e acrescentar acontecimentos e/ou retirar outros só para modificar algumas coisas, mas a Esther não. Sutilmente a autora narra o cenário e a situação dos personagens e ao mesmo tempo nos ensinar sobre o assunto, não é um ensino direto, mas quem ler com atenção consegue pegar fragmentos e ensinamentos ali passados pela autora.
Portanto, fazer a leitura dos livros da Esther Lya também vai edificar seus conhecimentos, acrescentando aquilo que você sabia ou não. Então mais uma vez indico você fazer a leitura das obras caso tenha interesse em “estudar” determinada condição histórica de forma divertida e longe de ser enjoativa.
4- Personagens não “esteriótipados”
Talvez a originalidade de um personagem pode mudar o rumo de uma história, e Esther Lya procura sair do padrão que as pessoas colocam em seus personagens, ela sai da “beleza” e “perfeição” estabelecida pela mídia. Em seus livros podemos encontrar personagens negros, com nomes africanos, alguns sucedidos e outro não. Ou seja, em suas histórias não encontraremos perfeição e/ou esteriótipos como policiais norte-americanos, a asiática que luta perfeitamente, o africano que sofre com as condições financeiras e esteriótipos do tipo.
A realidade aqui é transmitida até pelos personagens, mas é claro, em ambientes diferentes e com condições sociais TOTALMENTE diferentes. Esther Lya procurou trazer personagens de outros locais e colocando-os em situações complicadas, tentando retratar a realidade através de outras etnias. Eu digo isso com a minha experiência de A Marcha dos Javalis — já li duas vezes e esse ano pretendo reler novamente com um olhar mais crítico —. Talvez eu não tenha conseguido passar o que realmente sinto pelos personagens criados por ela, mas confiem em mim, são personagens representativos.
5- Escrita maravilhosa
Mesmo tratando de assuntos que requer um vocabulário mais complexo, a autora tem uma escrita criativa, fazendo o leitor entender tudo em perfeitas condições utilizando palavras levez e objetivas. Mesmo eu não concordando com o final de uma das histórias escrita por Esther Lya, eu não deixo de recomendá-las. Unindo uma escrita ótima, com os fatores citados acima, podemos concluir que as obras delas são de chamar a atenção — para quem tem interesse pelos assuntos — e, além disso, é válido saber que a autora já participou de antologias, mas ainda não tive a oportunidade de fazer a leitura, ou seja, se você não gosta de distopia e acontecimentos históricos, você pode ter a oportunidade de conhecer a escrita da autora através de outros gêneros literários.
Então, leitores, esses são os 5 motivos de incentivação para vocês fazerem a leitura dos livros da Esther Lya. Caso vocês não conhecem nenhum dos livros, é só procurar em resenhas qui no Desencaixados, pois já resenhei A Marcha dos Javalis e É Proibido Sorrir, caso você já tenha lido algum deles, deixe nos comentários como foi a sua experiência e se você indica a autora ou não.
Sobre a autora
Esther Lya é natural de Porto Alegre, mas sempre viveu em Torres, no Rio Grande do Sul. Os livros sempre fizeram parte de sua vida e, assim, começou a escrever. Influenciada pelos livros de Harry Potter, escreveu suas primeiras fanfics. Aberta a sugestões, sonha em inspirar pessoas por meio de seus textos e usar a literatura como ferramenta de transformação.
Comentários
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